Raimundo conta tudo sobre a chacina que cometeu e acaba condenado

O júri popular de  Raimundo Nonato Martins, de 57 anos, ocorrido no dia 30-03-2023, no Fórum Criminal de São Carlos-SP, o qual teve início por volta das 9h30 e terminou por volta das 23h30 e  foi tenso.

O cearense Raimundo Nonato Martins, no dia 28-08-2022, usando um revólver, matou  Zelma Maria Raymundo de Oliveira, 73 anos,  João Batista de Oliveira, 77 e Reginaldo Aparecido Pereira Lima, 44. Os crimes ocorreram no Centro de São Carlos.

Raimundo Nonato Martins, ao ser ouvido no plenário, disse que tudo começou, pois ele teria pagado  aluguel no prédio da senhora Zelma Maria Raymundo de Oliveira, por mais de 20 anos e quando se encontrava em situação difícil, ela não teria entendido e sempre subia o aluguel. Por não ter  como pagar o valor do aluguel e,  por estar com  6 meses atrasados, ele teve que fazer um acordo com Zelma Maria Raymundo de Oliveira. Ou seja, teve que deixar o ponto onde teve restaurante por mais de anos e deixar uma pista fria como parte do pagamento. Raimundo disse que pagou tudo que devia para a Zelma. Vendeu um carro e uma moto e pagou todos os direitos dos seus sete funcionários. Em meado de 2019,  teria montado um outro restaurante, mas somente com pratos feitos. Sua situação financeira se agravou. Disse ainda que tentou comprar a pista fria, a qual ele teria deixado como forma de pagamento, pois com esta, ele  iria montar um outro restaurante, mas a dona Zelma não quis vender. Depois Zelma teria mandado quebrar a pista fria e jogado no lixo. Ao se encontrar em situação financeira complicada e por não conseguir mais pagar suas contas, ele teria passado colocar a culpa em Zelma e também o senhor João Batista de Oliveira, 77 anos, que na época eram casados. Disse ficou depressivo e passou culpar o casal por seu fracasso financeiro. Ele disse que ficou uma semana pensando em matar os idosos. Na manhã de domingo,  dia 28-08-2022, pegou o revólver que tinha em casa, o qual era legalizado, colocou na cintura e saiu para matar os dois idosos. Quando chegou na Rua  Episcopal, local onde moravam os idosos ( Zelma Maria Raymundo de Oliveira, 73 anos,  João Batista de Oliveira, 77), ficou algum tempo na tocaia, até ver o idoso na  esquina da Rua Treze de Maio, esquina com a Rua Episcopal, cinquenta metros da casa de dona Zelma. Raimundo então  foi de encontro com João Batista de Oliveira. O senhor João Batista de Oliveira entrou na casa onde estava morando, pois há uma semana havia separado de Zelma, deixou o portão aberto e também a porta da casa. Raimundo então teria adentrado no imóvel e dado um tiro na nuca do idoso. Depois teria saído, encostado a porta, a qual estava com a chave pelo lado de fora, fechado o cadeado do portão e ficado nas proximidades, esperando dona Zelma chegar na casa dela. Enquanto estava esperando dona Zelma chegar, o filho do idoso parou na porta da casa do pai, Raimundo foi até o filho da vítima e disse que o pai dele, havia ido ao bairro Castelo Branco fazer um negócio de um carro. O filho da vítima foi embora e Raimundo continuou nas proximidades esperando a dona Zelma chegar. Neste intervalo de tempo, adentrou a uma agência de banco que tinha nas proximidades, onde já havia matado o idoso, pegou um envelope, escreveu um bilhete e colou dentro do carro da vítima, o qual estava estacionado na porta da casa e com os vidros abertos. Raimundo escreveu o bilhete, se passando pelo idoso morto. No bilhete, ele disse que havia ido ao bairro Castelo Branco.  Depois ficou rondando o local até por volta das 14h30 minutos, quando dona Zelma chegou, acompanhada de seu motorista, Reginaldo Aparecido Pereira Lima, 44. Eles entram com o carro na garagem e depois de alguns minutos, quando Reginaldo Aparecido Pereira Lima, já estava ido embora ( saindo com o veículo Hb20), foi abordo por Raimundo na calçada. Ambos entraram  na casa de dona Zelma. Raimundo disse que mais uma vez pediu ajudada para a idosa. Ela não quis o ajudar. Então ele sacou da arma e neste momento teria ocorrido um disparo acidentalmente e atingido a cabeça de Reginaldo Aparecido Pereira Lima. Reginaldo estava na cozinha, onde caiu e morreu. Dona Zelma ao escutar o estampido do disparo, teria se aproximado para ver o que estava ocorrendo e também foi baleada na cabeça. Ambos foram mortos na cozinha da casa da empresária. Raimundo disse que antes de sair da casa dele, teria escrito uma carta, falando que Zelma e João Batista de Oliveira, seriam os culpados pelo seu fracasso financeiro. No verso da carta, ele pedia  para o radialista Valdir Penteado entrevistar uma pessoa, pois essa pessoa iria contar tudo. Raimundo disse que sua intenção era cometer suicídio após matar os idosos. Por este motivo,  havia escrito  esta carta, a qual foi encontrada na casa da dona Zelma. Disse ainda que após cometer a chacina, desceu a Rua Episcopal, foi até o Mercadão, onde pegou o celular e ligou para a esposa. Disse que familiares dele foram buscá-lo. Quando Raimundo chegou na sua casa, contou para a esposa, que ele havia cometido a chacina. Disse que a família ficou em pânico. Raimundo disse que se arrependeu de tudo e pediu perdão para os familiares das vítimas. Todos esses relatos, não convenceram os sete jurados e muito menos os advogados de acusação e nem  o promotor Daniel Henrique Silva Miranda. Raimundo foi condenado a 30 anos de prisão pelos 3 crimes. A sentença foi proferida pelo MM juiz de direto, Dr. Antônio Benedito Morelo. Raimundo foi recolhido ao presídio de Araraquara, onde já estava preso.

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Homem que praticou chacina no Centro de São Carlos, será julgado no dia 30-03