O empresário Paulo Matias Cupertino, de 51 anos, pediu para ser encaminhado ao presídio Dr. José Augusto César Salgado, em Tremembé, interior de São Paulo, conhecido por ser o local onde estão presos “famosos”, como Alexandre Nardoni, acusado de ter matado a filha de 5 anos em 2008, Daniel e Cristian Cravinhos que ajudaram Suzane Von Richthofen a assassinar os pais em 2004, entre outros. Cupertino é acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais dele em 2019.
O pedido foi feito pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que representa Cupertino no caso, e protocolado na tarde de segunda-feira (22), sob alegação de que imagens do preso nas dependências dos presídios do Belém, no centro de São Paulo (SP), e de Presidente Venceslau, no interior, vazaram. A Defensoria argumentou estar comprovado “o risco à integridade física/mental” do acusado.
“Em momento nenhum o acusado anuiu à exposição de sua imagem, nem tácita nem explicitamente, tendo informado que não assinou nenhum documento neste sentido”, escreve a Defensoria no ofício, ressaltando que a cessão de imagens sigilosas em um caso como este constitui crime e grave infração disciplinar.
Em relação à divulgação das imagens de Cupertino, a defesa pede que seja aberto um procedimento para a investigação do vazamento dos vídeos do acusado, além de requisitar quais servidores têm acesso a esse material e quais efetivamente acessaram o sistema das penitenciárias, a fim de que sejam apuradas infrações criminal e administrativa.
A Defensoria solicita, ainda, que se informe à qual unidade o preso será encaminhado, e que, a não ser por manifestação de vontade dele próprio, não seja autorizado o acesso de advogados ou equipes de reportagem a ele.
Além do presídio no Tremembé, o Centro de Detenção Provisório de Guarulhos, na Grande São Paulo, também era uma opção dada pela Defensoria para que Cupertino, acusado de ter matado o ator Rafael Miguel e os pais dele em 2019, fosse encaminhado.
O pedido foi feito logo após a audiência de instrução do homem que deveria ter sido realizada na segunda-feira (23), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, entretanto, precisou ser interrompida porque duas testemunhas não apareceram.
Ele chegou a ser tranferido da Penitenciária I de Presidente Venceslau, onde estava preso, para a audiência e, após a interrupção, foi encaminhado para um presídio da cidade de São Paulo. A informação foi confirmada pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), que detalhou qual a unidade para a qual Cupertino foi transferido.
Segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), nesse tipo de audiência são ouvidas testemunhas e o réu é interrogado. A partes apresentam então as alegações finais e, dependendo do andamento dos trabalhos, o juiz pode designar audiência em continuação ou decidir se o acusado irá a júri popular ou não.
Isabela Tibcherani, filha do acusado e quem presenciou o crime do pai contra o namorado, chegou a ir no local da audiência para depor contra o pai, mas foi dispensada. O juiz do caso entendeu que ela poderia deixar a sessão uma vez que havia prestado depoimento anteriormente e que não seria necessário falar novamente, segundo informações do Cidade Alerta, da Record TV.
Anteriormente, a jovem havia pedido para não ser colocada no mesmo ambiente do pai durante a audiência. “Ela não aguenta mais essa situação, só quer que acabe logo para seguir sua vida”, afirmou ao R7 o advogado Ricardo Marinho, que representa Isabela.
Agora, a audiência de instrução foi marcada para o dia 7 de outubro. Enquanto isso, o acusado fica no presídio da capital.
Na época em que o crime ocorreu, Isabela tinha 18 anos, e o namorado dela, o ator Rafael Miguel, 22. Ele teria ido à casa da jovem após ela ter tido uma crise de ansiedade por conta de toda a pressão do pai para que ela acabasse com o namoro.
Rafael foi com os pais à casa da família para poder conversar com Paulo Cupertino. Chegando lá, eles foram recebidos apenas pela mãe de Isabela. Cupertino chegou depois, pediu para que saíssem e atirou 13 vezes contra os três, que não resistiram.
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