Recluso desde o resultado das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu a visita, nesta quarta-feira (9), dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações) e Célio Faria (Secretaria de Governo).
O encontro ocorreu durante a manhã no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. A reunião não consta na agenda oficial, que lista apenas um único compromisso, às 15h, com o subchefe de assuntos jurídicos, Renato de Lima França.
A visita dos ministros ocorre no mesmo dia em que o Ministério da Defesa apresentará ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação, realizado pelas Forças Armadas.
Para as eleições deste ano, o TSE convidou as Forças Armadas a compor a Comissão de Transparência das Eleições (CTE), um colegiado externo com o objetivo de coletar sugestões para aprimorar o processo eleitoral. Além dos militares, participaram membros da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de órgãos públicos e da sociedade civil.
Desde que passou a atuar na CTE, a Defesa fez vários questionamentos ao TSE e levantou dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, apesar de os equipamentos passarem por diversas etapas de preparação e fiscalização, tanto interna quanto externa. Como mostrou o R7, as indagações feitas pelos militares foram as primeiras em 26 anos de urna no Brasil.
À época, contudo, a pasta disse que não cabe às entidades fiscalizadoras a realização de auditoria e respondeu que a equipe técnica das Forças Armadas atuou “estritamente dentro da legalidade”. Segundo a Defesa, os militares não fizeram auditoria das urnas e limitaram-se à fiscalização do sistema eletrônico de votação.
Em coletiva de imprensa, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, condicionou aceitar o resultado das urnas, que deram vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao relatório da Defesa.
“Nós temos questionamentos que fizemos ao TSE e estamos aguardando. E vamos aguardar amanhã o relatório do Exército, para saber o que eles vão trazer, ter conhecimento disso, é importante para nós. Mas não temos previsão, não temos nada na mão”, relatou Valdemar.
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