Passado um mês do assassinato do adolescente Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, na vila de Jericoacoara, no Ceará, a investigação feita pela Polícia Civil do estado aponta uma motivação diferente da que foi divulgada inicialmente. O crime tem relação com a rivalidade entre facções criminosas, mas não teria sido desencadeado pelo gesto com as mãos feito pelo garoto em fotos publicadas na internet. Gesto com as mãos teria motivado assassinato em Jericoacoara
O delegado responsável pelo caso, Júlio Morais, que atua no município de Jijoca de Jericoacoara, revelou ao Metrópoles que as diligências descobriram que uma camisa com o símbolo de uma facção teria motivado o crime. Os depoimentos dos suspeitos apreendidos, até o momento, segundo ele, coincidem com as circunstâncias do crime.
O que ocorreu:
- O adolescente foi assassinado por um grupo de traficantes em dezembro do ano passado, durante viagem de férias a Jericoacoara.
- A princípio, acreditou-se que o motivo teriam sido gestos com a mão feitos por ele em fotos publicadas na internet.
- O gesto (sinal de “três dedos”) é visto no mundo do crime como uma referência à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
- Um mês depois, após apreender três dos envolvidos no crime, a polícia descarta essa motivação e aponta outra possível.
- Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, foi agredido, torturado e teve uma orelha decepada por integrantes da facção Comando Vermelho (CV).
De sete suspeitos identificados pela investigação, dois menores já foram apreendidos e um terceiro aguarda decisão judicial para oficializar a internação. Eles relataram que Henrique, na noite de 16 para 17 de dezembro, teria ido ao local onde eles estavam para comprar droga e, assim que chegou ao ponto de venda, o garoto chamou a atenção dos traficantes em razão de uma blusa que ele estava vestindo. “O Henrique não faleceu em virtude de ter feito um símbolo numa postagem no Instagram. Ele faleceu porque chamou a atenção dos criminosos por estar vestindo uma blusa, que teria um símbolo ou desenho relacionado a um grupo criminoso rival. A partir disso, os criminosos, supostamente, o julgaram integrante do tal grupo e mexeram no celular dele para buscar mais informações”, diz Júlio.
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