O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decidiu que o ex-médico Lauro Estevão Vaz será julgado por um júri popular. Lauro é acusado de provocar o incêndio no apartamento da própria mãe, Zely Alves Curvo, de 94 anos, em maio de 2024.
Ainda segundo o processo, quando as chamas foram extintas, o corpo de Zely estava carbonizado. Lauro, que chegou ao local próximo ao meio-dia, olhou o corpo da mãe e depois foi embora. Ele será julgado pelo crime de feminicídio praticado contra pessoa maior de 60 anos e em vulnerabilidade física. “Reitero que, diante da gravidade concreta da conduta imputada ao acusado e dos outros envolvimentos criminosos deste, a manutenção da custódia cautelar se faz necessária para a garantia da ordem pública. Ademais, é preciso considerar que se trata de crime de grande repercussão na sociedade, o que deixa claro o elevado risco de que, em liberdade, o réu busque se evadir para outra unidade da Federação onde não seja conhecido.”
Em depoimento, Lauro declarou que tinha uma boa relação com Zely e cuidava dela desde de 2021. Confirmou que, em decorrência de um AVC sofrido em 2022, a mãe ficou acamada e com demências. Admitiu que deixou a idosa sozinha e com aparelhos elétricos ligados para levar a ex-namorada ao trabalho e ir à academia.
Ele ainda declarou que recebeu várias ligações desconhecidas e retornou ao apartamento devido à insistência. Após o incêndio, retornou ao apartamento para pegar carnes e roupas, mas negou ter alterado a cena do crime e alegou que não havia isolamento policial quando entrou no imóvel.
ncêndio em apartamento
Lauro passou a ser investigado após Zely morrer em um incêndio no apartamento onde a vítima morava com o filho. A idosa estava sozinha em casa no momento do incêndio.
Em maio de 2023, Zely ficou internada no Hospital Militar da Área de Brasília (HMab), devido a um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido quatro meses antes. A unidade de saúde deu alta para a idosa, mas Lauro se recusava a levá-la para casa. Em uma das visitas do ex-médico à mãe, ele se exaltou, a polícia foi chamada, e ele acabou detido.
Cassação por abuso sexual
Lauro é médico ginecologista. Ele foi condenado em primeira e segunda instâncias após ser acusado por duas pacientes de tocá-las indevidamente durante exames clínicos, entre 2009 e 2010, no Centro de Saúde nº 1, em São Sebastião (DF). À época, uma delas tinha 17 anos e estava grávida. Ele também teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).
Seu comentário é de sua inteira responsabilidade. Não reflete nossa opinião.