Há 15 anos, o ex-primeiro ministro Rafik Hariri foi morto em um atentado em Beirute. Na ocasião, a explosão tinha sido uma das piores após o fim da guerra civil. O carro com uma tonelada de TNT explodiu próximo do local da megaexplosão registrada nesta terça-feira (4), e chegou a ficar conhecido como “o dia em que o Líbano tremeu”.
Por triste coincidência, a tragédia que supera o atentado de Hariri ocorreu às vésperas do julgamentos dos acusados pelo atentado. Ele aconteceria nesta sexta-feira (7), mas foi adiado em respeito às vítimas.
Rafik Hariri foi primeiro-ministro do Líbano entre 1992 e 1998 e era um líder islãmico de origem sunita. O atentado contra Hariri causou, ao todo, a morte de 22 pessoas e deixou 226 feridas. O ataque fez com que a Síria, acusada de ter ordenado o crime, retirasse suas tropas do país vizinho após quase três décadas.
Os acusados — Salim Jamil Ayash, Mustafa Amine Badredine, Hussein Hassan Oneisi e Assad Hassan Sabra — são de nacionalidade libanesa e pertencem ao grupo político Hezbollah, também islãmico, mas de origem xiita. Eles serão julgados em Haia (Holanda), no Tribunal Especial para o Líbano (TEL).
O Tribunal Especial para o Líbano é um tribunal internacional instituído conjuntamente pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelo Líbano para julgar suspeitos no atentado a bomba de 2005 e outros assassinatos políticos no Líbano ocorridos na mesma época.
A promotoria considera que Badredine e Ayash foram os autores intelectuais e executores do atentado. Os outros dois acusados, Oneisi e Sabra, entregaram à rede de televisão Al Jazeera um vídeo falso na qual reivindicavam a autoria do atentado em nome de um grupo inexistente, segundo a promotoria.
Promotores disseram que dados extraídos de registros de chamadas telefônicas e mensagens de texto mostraram que os réus ligaram uns para os outros de dezenas de celulares para monitorar Hariri nos meses prévios ao assassinato e para coordenar seus movimentos no dia do ataque.
Fonte: r7
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