Na “Semana Nacional do Trânsito 2017”, comemorada de 18 a 25 de setembro, um bom tema para discussão é: qual o custo de um acidente de trânsito? Vários estudos e pesquisas apontam o custo econômico do acidente de trânsito. Um dado mais consolidado sobre esse assunto (com base em estudos do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) indica um custo de 52 bilhões de reais em 2012. Esse levantamento engloba as despesas médicas e hospitalares, tratamento e reabilitação de vítimas, reparos da via após o acidente, remoção das vítimas a hospitais, perdas de dia de trabalho, pensões e aposentadorias precoces etc. Mas, há um custo muito maior que esse, que é o custo humano e social. Conforme comenta o Professor Coca Ferraz em seu livro “Segurança Viária”, escrito em conjunto com outros autores, o custo humano e social é muito mais impactante que o custo econômico, pois engloba o sofrimento físico e psicológico das vítimas, sofrimento psicológico dos familiares das vítimas, as doenças de natureza psicológica que acometem as vítimas e pessoas que estão a sua volta (depressão, fobias), a perda da qualidade de vida, desestruturação econômica das famílias, distanciamento dos entes queridos em razão dos tratamentos de saúde etc. Qual o custo de um filho que cresce sem a presença do pai, cuja vida foi perdida em um acidente de trânsito? É impossível mensurar esse custo. Esse tema deve ser levado à sociedade para uma profunda reflexão. Talvez nossos motoristas, conscientes do custo “emocional” que um acidente pode trazer à vida dele ou de terceiros, passe a ser mais responsável em suas atitudes no ato de dirigir.
Tenente Coronel PM Márcio R. Simplício Comandante do 3º Batalhão de Polícia Rodoviária
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