Com o abandono do Primeiro Comando da Capital (PCC) de territórios que comercialmente não interessam mais à organização criminosa, facções rivais, como o Comando Vermelho (CV), viram o caminho livre para expandir o comércio local de drogas em território paulista.
A região de Rio Claro, no interior de São Paulo, vivencia esse fenômeno, com a presença cada vez mais evidente da facção carioca, considerada a maior rival do PCC.
O município do interior paulista é, também, o principal território paulista frequentado por Leonardo Felipe Panono Calixto, o Bode, apontado como o líder do CV no estado de São Paulo — conforme investigação da Polícia Civil e levantamentos do Grupo de Investigação do Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Como afirmado pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya, em entrevistas ao Metrópoles, o ingresso do PCC no tráfico internacional de drogas — principalmente por via marítima — rende bilhões por ano à maior facção do Brasil.
Dessa forma, a organização criminosa de São Paulo foi abandonando a venda “miúda” de drogas — feita por meio das bocas de fumo — e acabou deixando, paulatinamente, esse tipo de comércio nas mãos dos rivais.