Alô julgadores de plantão e “juízes” da internet, esse é pra vcs, gostem ou não!!! Infelizmente o senhor Vanderley Leite veio a óbito. Nasci e cresci na Rua 04, a família inteira dele, Edmur Leite, dona Vani sempre elegantérrima, os filhos, sobrinhos, conheço todos, da vida inteira. Desde o dia do acidente, escrevi aqui: “atire a primeira pedra quem nunca cruzou a linha férrea” já avistando o trem? Hoje recebi a triste notícia que o seu “Delei” não resistiu e faleceu. Fazia tratamento de saúde como 90% da população faz, mas era lúcido, inteligente, educado, um cavalheiro. Encontrei com ele no mercado e com o Edmur há alguns dias, ambos me abraçaram, falaram do meu irmão e lamentaram a perda. Relembramos coisas boas que vivemos!!! Idoso que teve caminhonete atingida por trem morre na Santa Casa
Vários excracharam, zoaram, bateram no peito e disseram: “eu nunca atravessei a linha com o trem vindo”. Já atravessou sim e vai continuar atravessando como tantos. Só não se esqueçam, ele talvez tenha tido um mal súbito (necropsia vai apontar) como já estão dizendo e por isso atravessou, mas antes de apontar o dedo, é preciso lembrar que ninguém conhece o peso que o outro carrega. Julgar é fácil quando se olha apenas o resultado — um erro, um acidente, uma atitude impensada —, mas é difícil quando se tenta enxergar as dores, os medos e as circunstâncias que levaram alguém até ali. Quantas vezes um ato falho é, na verdade, o reflexo de um coração cansado, de uma mente confusa ou de uma alma ferida? Há histórias escondidas atrás de cada deslize, e há batalhas silenciosas que muitos enfrentam sozinhos. Julgar o próximo sem conhecer o que o levou a errar é como condenar um livro pela última página. A compreensão não apaga o erro, mas humaniza o olhar. E quando deixamos o julgamento de lado e escolhemos a empatia, descobrimos que todos, em algum momento, também precisaram de perdão, paciência e acolhimento. E TODOS ERRAM, DESLIZAM. Porque no fundo, ninguém é só os erros que comete, todos tem em si algo bom!!! Meus mais profundos e sinceros sentimentos à família do “Delei”, “Demur”, filhos, netos, sobrinhos. Descanse em paz!!!
Autor do texto: advogada, Dra. Luzia Helena Sanchez


