O policial civil Caio Bruno de 33 anos — espancado até a morte em uma favela no centro paulistano, na terça-feira (2/9) –, seria submetido a um júri popular, em dezembro, pela tentativa de homicídio de um policial militar (PM) aposentado.
Pouco antes de ser assassinado, o agente de 2ª Classe do Departamento de Narcóticos (Denarc) foi agredido após supostamente tentar arrombar um apartamento, sem mandado judicial, e atirar contra W. M. M, — que está preso, juntamente com outros três suspeitos de envolvimento na morte do policial civil.
Caio Bruno o estava em uma viatura da Polícia Civil, estacionada na Rua Guaipá, em 10 de maio do ano passado, nas imediações da estação Imperatriz Leopoldina, da linha-8 Diamante da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Enquanto ele conversava com uma pessoa, não identificada, o policial militar aposentado Amilton Batista Adorno, de 69 anos, olhou “fixamente” para o carro policial, originando uma sucessão de eventos.
Denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtida pelo Metrópoles, afirma que o policial civil foi até a casa do PM da reserva. No local, questionou os motivos de Amilton olhar fixamente para a viatura. A versão de Caio é a de que Amilton começou e, a do PM, a de que o policial civil teria principiado a violência. Testemunhas corroboraram a versão de Amilton, afirmando que Caio Bruno empurrou e socou o PM aposentado, que se desequilibrou e bateu em um batente de portão. A situação culminou em um tiroteio. Amilton e Caio Bruno sacaram suas armas – uma pistola .45 e uma Glock 9mm, respectivamente — e atiraram um contra o outro, buscando abrigo em estruturas próximas. Amilton foi atingido por três projéteis — no punho direito, tórax e panturrilha esquerda –, enquanto Caio Bruno ficou ileso, conforme laudo médico.
Na casa do PM, policiais encontraram veículos com placas adulteradas, resultando na abertura de outro inquérito, exclusivamente contra ele. A defesa de Almilton não foi localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.


