Onça “viajante” andou 1,6 mil km por três estados em um mês

onça-pintada Gaspar tem chamado atenção pela longa e incomum jornada que realiza pelo Cerrado brasileiro. Em apenas um mês, o animal percorreu mais de 1.600 quilômetros, atravessando três estados — Mato Grosso, Tocantins e Goiás — em um deslocamento considerado inédito e incomum por especialistas.

Gaspar é um macho adulto, com cerca de oito anos de idade, que vivia na região do Rio Araguaia, no Mato Grosso, conhecida como Corredor da Onça, onde foi capturado em novembro de 2024, e passou a ser monitorado pelo Instituto Onça-Pintada, por meio de uma coleira com GPS. Inicialmente, permaneceu na área por cerca de três meses, mas logo iniciou uma trajetória contínua para fora do território.“Gaspar é o cara que está fazendo história”, disse o biólogo Leandro Silveira, do Instituto Onça-Pintada, responsável pelo monitoramento. “Na ciência, não existe registro de nenhum animal que tenha andado essa distância em tão pouco tempo.”

O movimento do felino vem sendo descrito como “linear”, com um padrão de deslocamento em linha reta. A hipótese é que outro macho dominante possa ter chegado à região e forçado Gaspar a procurar novos territórios. O comportamento, no entanto, foge ao esperado. Trajeto em vermelho mostra percurso da onça Trajeto em vermelho mostra percurso da onça “O Gaspar é um animal saudável com porte avantajado. Pesou 94 kg. Um animal nessas condições já está estabilizado em seu território. Não é esperado que ele saia em busca de um novo território. Por isso estamos surpresos com sua movimentação. Ainda mais porque ele não se deslocou para uma área adjacente, ele simplesmente começou a viajar quase em linha reta”, afirma Silveira. O nome Gaspar é uma homenagem ao senhor Gaspar, empresário e morador da região de São Félix do Araguaia (MT), onde o animal foi capturado.
Onça Gaspar quando foi capturada em São Félix do Araguaia (MT)

Por onde onça gaspar andou

Durante o deslocamento, Gaspar passou por diversas propriedades rurais, usando principalmente áreas de reserva legal e Áreas de Preservação Permanente (APPs), conforme previsto pelo Código Florestal brasileiro. Em certos trechos, atravessou lavouras e até chegou a parar em plantações de cana, onde, segundo Silveira, pode ter caçado. No entanto, os deslocamentos mais frequentes aconteceram dentro das áreas protegidas das fazendas. “Ele está basicamente viajando só por dentro de fazendas. Às vezes cruza áreas de lavoura, mas é nas reservas legais que ele realmente se desloca com mais frequência”, explica Silveira. O biólogo destaca ainda a importância das reservas legais para a sobrevivência das onças em áreas de produção rural. “Esses dados de movimentação são fundamentais para entendermos como as onças utilizam as propriedades privadas. Logo percebemos que elas dependem das reservas legais das fazendas para se deslocarem. Isso reforça a importância de cumprir o Código Florestal e manter essas áreas preservadas”, concluiu.

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