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Fonte: https://www.metropoles.com/

Matadores de delator do PCC festejaram por dias, diz justiça

Criminosos envolvidos com o assassinato de Vinícius Gritzbachfuzilado em frente ao Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana, em 8 de novembro, festejaram por dois dias o crime, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro (RJ). A vítima havia realizado uma denúncia sobre a relação de agentes públicos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), oito dias antes de ser executado. Acusado de mandar matar Vinicius Gritzbach é do PCC

Conversas de WhatsApp, interceptadas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), mostram que duas mulheres comentam que a festa ocorreu “na casa da piscina” do “Pai”, uma forma pela qual chamam Emílio Carlos Gongorra Castilho, o Cigarreiro — apontado como mandante do assassinato e importante liderança do PCC. Como mostrado pelo Metrópoles, ele ainda comercializa drogas com a principal facção rival do PCC, o Comando Vermelho (CV).

Gritzbach foi morto após sua chegada no terminal de desembarque ter sido avisada aos assassinos pelo olheiro Kauê do Amaral Coelho, que seguia foragido até a publicação desta reportagem. Há uma recompensa de R$ 50 mil por informações que possam resultar em sua prisão. O criminoso, também ligado ao PCC, fugiu e, ainda no dia do assassinato, foi a um motel e depois a uma balada com sua namorada, Jackeline Leite Moreira. Kauê viajou para o Rio de Janeiro, levado de carro por um funcionário de Cigarreiro. Na capital fluminense, ele foi direto para a festa promovida por causa da morte de Gritzbach, já no início da madrugada do dia 10 de novembro. Desde então, ele estaria salvaguardado em território do Comando Vermelho.

Dia do crime

Em depoimento à Polícia Civil, a namorada de Kauê afirmou que o casal havia combinado de ir em uma balada, na noite de 8 de novembro, data em que Gritzbach foi executado. O olheiro aceitou o convite, após muita insistência da jovem, que falava sobre a festa havia um mês.

Jackeline Leite desconhecia, segundo afirmou, a relação do namorado com o crime organizado, até ver a imagem de Kauê no noticiário, dias após o crime. Antes disso, acreditava que ele trabalhava com a compra e venda de veículos, como ele havia dito quando se conheceram, em junho do ano passado, na zona norte da capital paulista. Ela estava no apartamento do olheiro desde um dia antes do assassinato, período durante o qual ficaram juntos o tempo todo. Em 8 de novembro, por volta das 14h30, o olheiro afirmou à namorada que precisava sair “para resolver algo” e que “depois retornava”. Kauê embarcou em um Audi A1 escuro e saiu, como afirmou Jackeline.

Foi com esse carro que os dois prováveis assassinos de Gritzbach, os policiais militares Dênis Antônio Martins e Ruan Silva Rodrigues, foram resgatados no terminal de ônibus do bairro Cecap, em Guarulhos, do qual foram levados para Osasco. Parte da fuga da dupla foi feita em um ônibus, no qual embarcaram após o Volkswagen Gol preto, usado para chegar e fugir do aeroporto — com o PM Fernando Genauro ao volante — ser abandonado.

Kauê chegou em seu apartamento por volta das 17h30, quando convidou a namorada para ir em um motel, antes da balada. Ela não viu o carro e ao perguntar como iriam sair, o olheiro respondeu: “relaxa, tá tudo bem, vamos de Uber”. O casal chegou no motel por volta das 19h. No quarto alugado, afirmou a namorada, Kauê estava “tranquilo e inclusive feliz”.

Balada, drogas e mais festa

Em seu depoimento Jackeline segue afirmando que foi para casa se arrumar e, depois, se encontrou com Kauê na balada, realizada no bairro do Canindé, centro paulistano. O olheiro a aguardava sozinho, perto da mesa de som do DJ, encostado em uma pilastra.

Durante a balada, ambos usaram MD (droga sintética) oferecida por Kauê, permanecendo na festa até o início da manhã do dia 9 de novembro. O casal então retornou para o apartamento do olheiro, onde ele permaneceu até 22h. Foi por volta desse horário que ele avisou Jackeline que precisaria fazer uma viagem, sem informar para onde. O criminoso acrescentou que iria contatá-la “quando desse”.

A investigação mostra que Kauê foi levado para a capital fluminense em um carro guiado por Tiago da Silva Ramos, o Bob, engenheiro responsável pelas obras de Cigarreiro.

Mais festa

No dia da morte de Gritzbach, João Victor Amaral Coelho, irmão de Kauê, trocou mensagens com João Pedro Colares de Oliveira, comentando sobre a morte do delator. Eles falam sobre uma recompensa de R$ 3 milhões pela morte, oferecida por Cigarreiro. Após isso, ambos dialogam sobre temas de desinteresse da investigação.

Somente em 12 de novembro, quatro dias após o crime, retomam a falar sobre o assassinato e da festa ocorrida no Rio de Janeiro, com a presença de Kauê, e sobre outra comemoração, também por causa do assassinato, organizada em um sítio na cidade de Igaratá, no interior paulista. “Todo mundo” estaria “comemorando”, escreveu o irmão do olheiro. “Colares questiona se a comemoração seria pela morte de Vinicius [Gritzbach], ao que João confirma”, diz trecho de relatório do DHPP.

Inquérito concluído

A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou nesta sexta-feira (14/3) que concluiu o inquérito policial referente ao assassinato de Vinícius Gritzbach. Ele foi fuzilado com dez tiros, quando desembarcou de um voo, vindo de Alagoas, no Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana.

Pouco mais de quatro meses depois, em coletiva de imprensa nesta sexta, o secretário-executivo de Segurança, Osvaldo Nico, anunciou a conclusão do inquérito e detalhou as informações coletadas durante o período de investigação. Ao todo são seis indiciados, dos quais três PMs, que estão presos o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana.

A execução do delator é investigada pelo DHPP. Há outro inquérito, na Polícia Federal (PF), no qual é investigada uma associação criminosa composta por policiais civis ligados ao PCC na lavagem de dinheiro, além de corrupção ativa e passiva.

Até o momento, 26 suspeitos foram presos: 17 são policiais militares, cinco policiais civis e quatro pessoas relacionadas a Kauê do Amaral Coelho.

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