As buscas pelas quatro crianças desaparecidas após um acidente de avião em uma área de mata fechada na Amazônia colombiana entraram no seu 22º dia. Cerca de 100 militares e indígenas buscam, sem descanso, os menores com a ajuda de cães farejadores. Entenda o que se sabe sobre a história.
O voo
Na manhã de 1º de maio, uma aeronave Cessna 206 da companhia Avianline Charters partiu de uma região de selva conhecida como Araracuara com destino a San José del Guaviare, uma das principais cidades da Amazônia colombiana. Estavam a bordo o piloto, um líder indígena da etnia huitoto e Magdalena Mucutui Valencia com os quatro filhos. Minutos após iniciar o trajeto de cerca de 350 km sobre a floresta, o capitão relatou problemas no motor e o avião desapareceu dos radares
O país acreditou em um resgate que parecia milagroso quando o presidente, Gustavo Petro, anunciou na última quarta-feira (17) que os irmãos — de 13, 9 e 4 anos, além do bebê de 11 meses — haviam sido encontrados com vida. Mas no dia seguinte, o líder colombiano voltou atrás e disse que essa informação ainda não havia sido confirmada. Uma mamadeira, uma pegada e um abrigo improvisado encontrados indicam que os menores sobreviveram ao acidente aéreo, que deixou três mortos, mas o mistério cresce com o passar das horas sem notícias o paradeiro deles
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Rastros e perguntas
Entre 15 e 16 de maio, soldados encontraram, no sul do departamento (estado) de Caquetá, os corpos do piloto e dos outros dois adultos. A pequena aeronave ficou presa entre árvores com a frente destruída. Não havia notícias das crianças. Um cachorro treinado encontrou uma mamadeira em um ponto afastado do local do acidente. Floresta adentro, foram encontrados sapatos, roupas e uma fruta mordida
Em 17 de maio, os militares se depararam com um abrigo improvisado com galhos. Um cão farejador encontrou tesouras e prendedores de cabelo. A Força Aérea sobrevoa a região transmitindo por alto-falantes uma mensagem da avó dos menores em sua língua. Segundo o avô Fidencio Valencia, as crianças estão “acostumadas com a floresta” e podem estar se escondendo por medo. Porém, ele questionou na última sexta (19), em entrevista à Blu Radio, por quê estariam deixando para trás coisas úteis à sobrevivência
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Resgate?
De acordo com o Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar, ainda no dia 17, foi recebida uma “informação proveniente do terreno que garante o contato com as quatro crianças”, indicando que “haviam sido encontradas com vida e em bom estado de saúde”. “No entanto, as forças militares ainda não haviam conseguido estabelecer contato oficialmente devido às difíceis condições meteorológicas e às dificuldades do terreno, por isso, incansavelmente, continuam os trabalhos de busca”, ressaltou a entidade em nota. Em declaração mais recente, na tarde de quinta (18), as autoridades só informaram sobre a descoberta de uma pegada fresca sobre a lama que suspeitam ser de um dos menores
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Terreno difícil
O exército anunciou na última sexta um reforço na operação com mais 50 soldados, totalizando 150. Além disso, indígenas da área se uniram às buscas. Na região, vivem animais selvagens e tempestades elétricas são recorrentes. “Não há povoados, nem os indígenas conhecem”, afirmou Valencia. Essas florestas e rios são corredores para os rebeldes que se distanciaram do pacto de paz assinado em 2016 pela guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)
Últimas informações
No seu 22º dia, segundo informações publicadas pelo jornal El Espectador, as equipes agora contam com a ajuda de imagens de satélite para tentar identificar os caminhos que as crianças fizeram após a queda do avião. A Colômbia também recebeu água e comida de outros países para manter as equipes trabalhando na região de mata, segundo informações publicadas pelo Infobae. O exército do país ainda está lançado kits de sobrevivência na região onde os quatro desaparecidos poderiam estar.
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