Os detalhes do crime registrado na fazenda Lagoa Azul, na rodovia Rionegro e Solimões, em Franca, na madrugada deste domingo, 27, que terminou com a morte de um policial militar, indicam que a ação criminosa foi bastante planejada pelos bandidos. Segundo a Polícia Civil, o bando teria começado o tiroteio ao saber que Ricardo Luís Falqueto, que chegava ao local, era policial militar.
Falqueto era subtenente da Polícia Militar, morava em Franca e atualmente atuava no Corpo de Bombeiros em Ribeirão Preto. Ele morreu ao ser atingido por pelo menos dois disparos de arma de fogo. O militar estava à paisana, de folga da corporação neste domingo.
De acordo com a Polícia Civil, o objetivo da quadrilha armada era chegar a um galpão que guardava grande quantidade de defensivos agrícolas. Cerca de 15 bandidos teriam participado da ação.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o bando invadiu a propriedade por volta de 3h com um carro de passeio e um caminhão. Logo na chegada à fazenda, eles renderam cerca de 10 moradores e trabalhadores e os colocaram em um cômodo de uma das casas da propriedade. Durante toda a ação, os criminosos faziam ameaças às vítimas.
Com os moradores rendidos, os criminosos seguiram para o galpão que abrigava os produtos agrícolas.
Ação indica que bandidos conheciam o local, diz delegado
Para o delegado David Abmael David, que acompanhou o caso nesta manhã, a forma como os bandidos agiram dentro da fazenda mostra que eles conheciam o local. “Eles chegaram e foram direto ao local escondido onde estava o alarme para desativar o equipamento de segurança; disseram (às vítimas) que conheciam a propriedade e sabiam o que queriam”, disse o delegado.
Ele também disse acreditar que havia a participação de outras pessoas nos arredores da fazenda monitorando a movimentação. Eles estariam usando rádios comunicadores.
Por volta das 4h30, o militar e um amigo se aproximaram do local e foram percebidos pelos criminosos. O delegado disse em entrevista que a dupla estaria indo pescar e teria parado no local, onde têm conhecidos, e se deparou com a ação em andamento.
David afirma que uma testemunha disse aos investigadores, que neste momento, alguém gritou ‘é polícia, é polícia’, porém não sabe afirmar de quem partiu a frase.
Após a identificação do militar pela quadrilha, conta o delegado, um tiroteio teria começado.
Falquete foi baleado com pelo menos dois tiros, que lhe atingiram a cabeça e as pernas, morrendo no local.
Ainda conforme a Polícia Civil, o colega do bombeiro que o acompanhava no veículo -e não é PM- conseguiu se proteger, não foi atingido, mas acabou rendido pelos bandidos. Ele foi bastante agredido e depois levado para se juntar ao grupo de moradores rendidos.
Fuga
Depois do tiroteio, os criminosos fugiram com dois carros dos moradores e o caminhão com a carga roubada, avaliada em cerca de R$ 300 mil, além dos pertences das vítimas, da arma e carteira do policial.
No entanto, diz o delegado, os veículos, incluindo caminhão, foram abandonados ainda na zona rural e os bandidos sumiram.
Um cerco foi montado com diversas viaturas e apoio do helicóptero Águia da PM, mas até a publicação desta reportagem nenhum criminoso havia sido localizado.
A Polícia Civil informou também que, na fazenda, cenário do crime, trabalham pessoas em regime prisional semiaberto, mas que, por ora, não há nenhuma informação sobre qualquer relação deste fato com o crime, como por exemplo, se alguém teria repassado informações sobre os produtos agrícolas e a rotina da propriedade para a quadrilha.
Perguntado, o delegado disse que não é possível afirmar, por enquanto, a informação de que o policial morto estaria fazendo trabalho de segurança privada no local. O caso será investigado pela DIG (Delegacia de Investigação Gerais) da Polícia Civil de Franca.
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