A Santa Casa de São Carlos realizou neste sábado (13) a captação de múltiplos órgãos de dois pacientes, um homem de 29 anos e uma mulher de 28 anos, vítimas de morte encefálica. Do paciente de 29 anos foram doados o coração, destinado ao Instituto do Coração (Incor); o fígado, para São José dos Campos; os rins, enviados a Ribeirão Preto; ossos, para Marília; e córneas, captadas pela CIHDOTT da Santa Casa e encaminhadas ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP). Já da paciente de 28 anos, foi doado o fígado. Ao todo, a ação vai beneficiar sete pessoas com uma nova chance de vida.
As captações aconteceram neste mês de setembro, dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos, reforçando a importância de conversar com a família sobre a intenção de doar, para que o gesto possa acontecer de forma rápida e organizada.
O prefeito Netto Donato ressaltou a dedicação de todas as equipes envolvidas na captação. “Hoje, São Carlos demonstra mais uma vez a sua força na área da saúde e a importância da solidariedade. A captação de múltiplos órgãos realizada pela Santa Casa, com apoio da Força Aérea Brasileira, da Guarda Municipal e do SAMU, é um exemplo de dedicação, integração e compromisso com a vida. Quero deixar meu profundo agradecimento às famílias que, em um momento de dor, tiveram a grandeza de autorizar a doação. Também parabenizo toda a equipe médica, multiprofissional e as instituições envolvidas. Esse trabalho conjunto mostra o quanto São Carlos é referência em saúde e humanidade. Que este momento sirva de inspiração para que mais pessoas conversem sobre a importância de doar órgãos. Cada vida salva é uma vitória de todos nós.”
O secretário municipal de Saúde, Leandro Pilha, destacou a importância dessa mobilização. “Setembro Verde é um período fundamental para reforçarmos a importância desse gesto de solidariedade que salva vidas. A captação realizada na Santa Casa mostra o quanto a parceria entre famílias, equipes de saúde e instituições é essencial para que esse processo aconteça. Precisamos estimular cada vez mais a população a conversar com seus familiares sobre o desejo de ser doador, pois é essa decisão que torna possível transformar a dor em esperança para tantas pessoas que aguardam na fila do transplante.”
O cirurgião cardiovascular Dr. Leonardo Lacava, que integrou a equipe responsável pelo procedimento, explicou a importância da agilidade no transporte do coração, que contou com o apoio aéreo da Força Aérea Brasileira (FAB), da escolta da Guarda Municipal da Prefeitura de São Carlos até o aeroporto, e do suporte do SAMU. “Após a captação, o coração é preservado em solução cardioplégica e resfriada, sendo transportado entre 4 a 8 graus. Esse tempo não pode ultrapassar quatro horas, por isso a logística precisa ser otimizada, muitas vezes com o transporte aéreo. A mobilização é imediata, pois precisamos sincronizar a captação com o preparo do paciente que receberá o transplante, garantindo a melhor qualidade do enxerto.”
O coordenador de enfermagem da UTI e membro da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIDOHTT), Tiago Clezer, ressaltou o papel das equipes multiprofissionais nesse processo e a importância de a família conhecer previamente a vontade do doador. “Cada captação envolve uma grande mobilização de profissionais, desde a assistência ao paciente doador até a logística para que os órgãos cheguem ao destino em tempo hábil. É fundamental que as pessoas conversem com a família sobre a intenção de doar órgãos, pois essa decisão salva vidas e facilita o trabalho da equipe.”
O provedor da Santa Casa, Antonio Valerio Morillas Junior, enfatizou a importância da doação e agradeceu às famílias que autorizam o gesto. “A decisão da família em autorizar a doação transforma a dor em esperança. Cada procedimento reforça a excelência e o compromisso da nossa equipe em servir à sociedade, oferecendo às pessoas que aguardam na fila do transplante uma nova chance de vida.”


