Durante as buscas, que envolveu familiares e amigos, ela permanecia ao lado do freezer para evitar que fosse aberto. Segundo as testemunhas, quando alguém pedia alguma bebida, ela se antecipava para impedir que outra pessoa tivesse acesso ao equipamento onde o corpo do marido estava congelado.
O cadáver só foi descoberto depois de Claudia confessar o crime. Conforme o delegado Gilmar Antônio Bonamigo, que assumiu a investigação do caso, as suspeitas recaÃram sobre a mulher quando ela compareceu à polÃcia para prestar depoimento três dias após a comunicação do desaparecimento do marido.
Ela tinha ferimentos nos braços e, quando lhe foi pedido que passasse por exame no IML (Instituto Médico-Legal), fugiu. Segundo o delegado, Claudia se machucou durante o esforço para colocar o corpo do marido no freezer.
Claudia se entregou à polÃcia em Joaçaba, cidade de maior porte na mesma região. Em depoimento, a professora disse que, durante os 20 anos de relacionamento com o motorista, sofreu muitas humilhações e era constantemente agredida.
Embora ele fosse casado com outra mulher, no inÃcio do relacionamento eles tiveram uma filha, hoje com 18 anos e que já não vivia com o casal. Em 2019, após ser agredida, ela conseguiu uma medida protetiva contra o companheiro, mas acabou voltando por dependência financeira e medo do que pudesse acontecer com a filha.
Sem demonstrar arrependimento pelo crime, Claudia disse que o companheiro a privava de amizades e, quando ela sugeria que se separassem, ele a ameaçava de morte. Nos últimos meses, ele vinha se mostrando ainda mais violento. Quando Valdemir a impediu de viajar com as amigas, ela teria se decidido a "dar um basta" e resolveu que "era ele ou eu".
A mulher teve a prisão temporária decretada na última segunda-feira (21), e foi levada para um presÃdio feminino. Ela vai responder por homicÃdio qualificado, com emprego de meio que dificultou a defesa à vÃtima, além de ocultação de cadáver.
Em nota, o advogado da acusada, Marco Alencar, disse que a morte foi motivada por sucessivos episódios de violência doméstica sofridos pela mulher. "Claudia se entregou espontaneamente mesmo sabendo que contra ela existia uma ordem de prisão", disse.
Segundo ele, a mulher respondeu a todas as perguntas feitas pela polÃcia e permitiu a entrada dos peritos em sua casa. "Esse acesso seria realizado com a presença dela na segunda-feira, mas a polÃcia acabou por ingressar na residência durante a noite de sábado, tendo encontrado o cadáver de Valdemir Hoeckler.
A defesa esclarece que Claudia, "em momento algum, obstruiu, absolutamente, a ação das autoridades constituÃdas".
Fonte: r7

