Mais de 180 UTIs Neonatais em todo o país já aderiram ao projeto criado pela Fundação Fiocruz no Rio de Janeiro
Equipe da UTI Neonatal da Santa Casa em treinamento para o Projeto Coala – Foto: Divulgação
Em comemoração ao Novembro Roxo, mês da Prematuridade, a UTI Neonatal da Santa Casa de São Carlos começou o processo de implantação do Projeto COALA, sigla para “Controlando Oxigênio Alvo Ativamente”. O projeto foi criado pelo Instituto Fernandes Figueira, ligado à Fundação Fiocruz, com base em estudos feitos em conjunto por Estados Unidos, Canadá e Austrália. Esses estudos revelaram que existe uma quantidade ideal de oxigênio para ser aplicada em bebês prematuros, diferentemente de outros bebês, crianças e adultos, e isso pode evitar complicações: “antes, acreditava-se que os bebês poderiam receber até 100% de oxigênio. Mas com esses estudos recentes, descobriu-se que a quantidade ideal é de 91 a 95%”, explica a coordenadora de Fisioterapia da UTI Neonatal da Santa Casa, Marta Martins Carrotilho.
Esses estudos mostram que, quando o bebê prematuro recebe mais do que a quantidade ideal, pode ficar cego, ter descolamento de retina, lesões no cérebro e doenças pulmonares. Quando a quantidade é menor do que a ideal, pode ter infecção que leva à necrose intestinal e à morte.
Para monitorar esses bebês, a equipe médica conta com o oxímetro, um aparelho que consegue medir a quantidade de oxigênio no corpo do recém-nascido. E esse equipamento emite alarmes quando essa quantidade deixa de ser a ideal. E neste momento, cabe ao profissional de saúde aplicar novamente a quantidade necessária.
Hoje, mais de 180 UTIs neonatais em todo o país aderiram ao Projeto Coala. Na Santa Casa, o programa vai ser implantado em 4 etapas. Na primeira etapa, nesta semana, os profissionais estão recebendo treinamento. Na segunda etapa, os bebês vão passar a ser monitorados seguindo esses novos parâmetros de medição. Depois de um mês, vai ser feita uma auditoria em que vão ser avaliadas as dificuldades e melhorias com a implementação do Projeto. E na quarta etapa, a Santa Casa vai fazer o cadastro junto ao Ministério da Saúde, indicando que o hospital faz parte da rede do Projeto Coala.
“São muitos os ganhos com a adesão ao projeto. O hospital vai economizar em quantidade de oxigênio usada. O uso de antibióticos e o transporte para outros hospitais deve diminuir, com a redução das complicações. E, principalmente, os bebês prematuros vão ganhar mais qualidade de vida”, conclui a coordenadora de Fisioterapia da UTI Neonatal da Santa Casa, Marta Martins Carrotilho.
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