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Saiba como alta do dólar pode mexer com suas financias

Se antes de uma crise nunca antes vista, o valor do dólar em relação ao real aumentava significativamente a cada dia, agora, a pandemia de covid-19, provocada pelo novo coronavírus, colocou o preço da moeda americana em patamares recordes. Na sexta-feira (15), o dólar fechou em alta de 0,33%, a R$ 5,84.

Mas o que isso significa para o bolso do brasileiro? De acordo com o presidente da Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), Claudio Felisoni, o impacto financeiro na vida das pessoas pode se dar de duas formas. “A primeira é pela compra de itens importados ou produtos que tenham uma parte significativa de componentes importados, como eletroeletrônicos, por exemplo”, afirma.

A segunda forma, segundo Felisoni, é a mais importante. “É a insegurança que isso (alta do dólar) traz para a economia. A medida em que o dólar sobe é mais um sinal do enfraquecimento do real e da própria economia, gerando mais desemprego. Na atual situação na qual nos encontramos, exatamente pela volatidade e insegurança, é onde as pessoas serão mais afetas, ou seja, com o aumento do risco de perderem o emprego e de não encontrarem recolocação num futuro próximo”, analisa o presidente da Ibevar.

O CEO da Trevisan Escola de Negócios, VanDyck Silveira, também avalia que o aumento do dólar condiciona o preço de uma série de produtos importados, como componentes de carros, de eletroeletrônicos, etc, que, mesmo sendo feitos no Brasil, sofrem com o alta. “Então esse aumento tende a ser repassado para o consumidor final, porque todos os insumos, inclusive, por exemplo, remédios”, diz.

VanDyck alerta que um dos problemas que pode ser observado com o aumento do dólar é o avanço nos preços de produtos farmacêuticos. “Na medida em que o dólar se valorizou em 50% em cima da base do real, tem-se intensificado, em termos de preço para o produtor, para as farmacêuticas, e isso tem sido repassado para o consumidor final. Por exemplo, as pessoas que usam medicação contínua”, avalia o professor.

Além dos dois cenários relatados, VanDyck ainda demonstra outra preocupação. “Muitos brasileiros buscam uma defesa contra a turbulência comprando moeda em espécie, dólar, ou mesmo investindo em fundos cambiais, atrelados à variação cambial da moeda americana. É assim que a transmissão do efeito do dólar impacta o brasileiro. Na realidade, em termos mundiais, de PIB per capta em dólar, isso faz com, relativamente, o Brasil fique mais pobre”, complementa.

Como o brasileiro pode se organizar financeiramente para não ser tão afetado?

Na avaliação de Felissoni, é muito improvável que a população não seja afetada pelo cenário de crise e a consequente alta do dólar. “Essa é uma crise sanitária com efeitos devastadores sobre a economia e não há como atenuar de forma significativa seus impactos”, afirma.

O pessimismo também é compartilhado por VanDyck. “O brasileiro é parte de uma economia globalizada, que é ativa na importação e exportação de bens e serviços, então isso pode impactar a todos.  A maneira de evitar é tentar substituir aquilo que você tende a consumir por produtos que são feitos e elaborados numa quantidade menor de insumos importados”, pondera.

O exemplo dado pelo presidente da Trevisan pode ser melhor visualizado na indústria alimentícia. “Em vez de usar o azeite de oliva espanhol, quem sabe possa substituir por um chileno, ou feito no Sul do Brasil. No lugar de tomar um vinho francês,  alemão ou italiano, a gente vai tomar um que é feito na Serra Gaúcha. Agora todos os insumos vão ser afetados através do efeito do dólar, com uma certa indexação dos produtos”, explica.

Em sua análise, o presidente da Ibevar também entende que um dos principais efeitos do aumento da moeda americana acaba por aumentar a insegurança do brasileiro em relação ao temor de perder o emprego. “A falta de segurança aumentou de forma considerável, seja por conta do número de desempregados ou pela triste possibilidade de perderem o emprego nos próximos meses”, diz.

Felissoni, no entanto, afirma que o atual cenário demanda mais cuidados em relação ao orçamento familiar. “Gastar apenas com o essencial e postergar determinadas despesas que possam ser realmente adiadas. O nível de endividamento da família precisa diminuir.”

Para VanDyck, outra saída é buscar renegociar dívidas com os bancos, visto que o juro está num patamar baixíssimo. “A coisa mais importante é preservar o caixa, o dinheiro que você tem no banco. E também a capacidade de renegociar todos os tipos de contratos, principalmente aluguel, valor de dívidas. Uma vez que o juro está no menor patamar histórico, é uma hora boa para ir ao banco e renegociar esse juro. Tenho certeza de que os bancos vão preferir renegociar para baixo do que deixar a pessoa ficar inadimplente”, completa.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas

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