A madrasta suspeita de envenenar dois enteados no Rio teve a prisão temporária prorrogada por mais 30 dias pela Justiça nesta terça-feira (14-06-22). Cíntia Mariano Dias Cabral é investigada pela tentativa de homicídio de um adolescente de 16 anos e pela morte de Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos.
A decisão do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal, atendeu a pedido do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), que citou evidências encontradas na investigação até o momento.
O delegado Flávio Ferreira, da 33ª DP (Realengo), já recebeu o laudo complementar do exame feito no jovem sobrevivente, que confirmou lesões corporais provocadas por envenenamento por chumbinho. O documento foi assinado, no último dia 10, pelo perito Gustavo Figueira Rodrigues.
Já a perícia no conteúdo gástrico coletado do adolescente havia apontado a presença de grânulos compatíveis com chumbinho, mas não tinha encontrado a substância tóxica, o que poderia ser explicado, por exemplo, pela lavagem que o paciente recebeu durante o atendimento no hospital.
A polícia ainda aguarda o resultado da análise feita no corpo de Fernanda após a exumação do cadáver, no mês passado. Quando a jovem morreu, em março, ainda não havia suspeitas do crime e, por isso, o caso não foi investigado imediatamente.
A 33ª DP (Realengo) só começou a apurar a suspeita de envenenamento dos irmãos em maio, depois que o jovem de 16 anos foi internado. Ele relatou os mesmos sintomas que levaram à hospitalização de Fernanda cerca de dois meses antes. O adolescente contou ainda que começou a passar mal após comer um feijão preparado pela madrasta.
O filho de Cíntia disse que a mãe confessou ter envenenado os enteados. Mas os advogados negam que ela tenha admitido o crime.
Sobre a prorrogação da prisão da madrasta, a defesa disse que “já era esperada”, apesar de os laudos do feijão analisado e do suco gástrico examinado terem tido resultado negativo. No entanto, os advogados disseram que aguardam o julgamento do habeas corpus.
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