Comando VP A marca da informação
Apontado pela Polícia Civil como o “rei dos roubos a residência” e chefe da quadrilha morta no Morumbi no último domingo (3), Misael Pereira Bastos, o Sassá, de 28 anos, teve seu destino selado no Carnaval deste ano, quando teria participado de um arrastão na Granja Viana que chamou a atenção dos policiais que, no último domingo (3), o mataram.
O assalto ao condomínio de luxo na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, aconteceu em 26 de fevereiro. Na época, uma série de residências foram invadidas. Quase todas estavam vazias, por causa do feriadão, mas, em uma delas, uma família — marido, mulher e filho — teve de ser rendida.
A única vítima do assalto a depor descreveu à Polícia Civil o jeito de agir do grupo.
Assim como no caso de domingo no Morumbi, apenas quatro criminosos entraram na casa, enquanto os outros davam cobertura. Dois assaltantes estavam armados. E o homem identificado como sendo Sassá, que liderava o bando, falava ao telefone.
A quadrilha foi discreta e aparentemente tinha informação privilegiada. Os funcionários do condomínio não perceberam a ação, sequer notaram a preseça de veículos estranhos no local. As residências luxuosas escolhidas para os roubos não tinham câmeras de segurança e as que deveriam gravar imagens o condomínio estavam fora de funcionamento.
O resultado do assalto foi diversos objetos — como joias, prefumes, roupas de marca e tênis — levados para casa de Diego Alves dos Santos, 23 anos, vizinho de Sassá. Diego foi reconhecido e teve a prisão preventiva decretada em 15 de março, enquanto Sassá, também reconhecido, seguiu foragido.
Crimes no interior
A partir desse assalto, o “rei dos roubos a residência” passou a ser investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Na equipe do departamento, há um policial conhecido como Diogo, famoso entre os colegas por ter uma rede de informantes no mundo do crime.
Antes, Sassá era investigado por policiais do interior do Estado, devido a uma série de ataques nas regiões de Itapetininga, Campinas e Americana. Em um dos casos, Sassá teria sido levado da capital paulista para Itapetininga em um Fiat Palio conduzido por uma jovem apenas para particiar da ação. Ele foi reconhecido pelas vítimas.
Antes ainda de seu périplo pelo interior, porém, Sassá já teria atuado no Morumbi. Nascido em Cruz das Almas, município de 60 mil habitantes no interior da Bahia, e morador do Jardim Eledy, região do Capão Redondo, ele traz, na ficha criminal, os dois primeiros crimes pelos quais respondeu registrados no bairro nobre da zona sul: em 2007, aos 18 anos, foi acusado de porte de arma e, um ano depois, em 2008, foi indiciado por um roubo na área.
No domingo (3), os policiais do Deic tinham informações sobre um possível assalto liderado por Sassá. Os agentes sabiam o modelo dos carros que suspeitos usariam e, por mais de seis horas, rodaram pela região até encontrá-los na rua Puréus, no Jardim Guedala. O “rei dos roubos a residência” estava em um dos veículos: um Fiat Toro blindado.
Após uma curta tentativa de fuga, o carro bateu contra um poste a um quarteirão do local onde a perseguição teve início, quase na esquina da rua Guaones. Sassá ainda tentou escapar a pé, mas foi morto a meio quarteirão dali, na Rua Santo Eufredo.
A ação fez com que o número de mortos por policiais civis em serviço na Grande São Paulo neste ano saltasse de 5 para 15. O governador Geraldo Alckmin defendeu a operação policial.
Matéria: Kaique Dalapola, estagiário do R7
Seu comentário é de sua inteira responsabilidade. Não reflete nossa opinião.